Foi hoje lançada a nova campanha Evita Cancro.
O carcinoma da mama no homem existe e representa cerca de 1 % de todos os casos de cancro da mama em Portugal. De acordo com dados do Registo Oncológico Nacional em Portugal, no ano de 2010, registaram-se 67 novos casos deste tumor.
Quando comparado com a mulher, o diagnóstico de cancro da mama no homem é realizado em idade mais avançada, sendo a grande maioria dos casos registados entre os 65 e os 74 anos de idade. A apresentação clínica é sobretudo sob a forma de nódulo subareolar indolor, podendo envolver retração do mamilo ou sangramento. A idade é considerada um dos principais fatores de risco para o cancro da mama no homem. A etnia parece ser também determinante uma vez que indivíduos de raça negra parecem ser mais afetados por esta neoplasia, quando comparados com indivíduos caucasianos, estando também associada a pior prognóstico. Cerca de 15 a 20 % dos homens com cancro da mama apresentam história familiar da doença, pelo que genes envolvidos no cancro da mama/ovário hereditário, como o BRCA1 e BRCA2, herdados de forma autossómica dominante, contribuem em cerca de 80 % para a totalidade dos casos familiares desta neoplasia. Mutações no gene BRCA2 foram reportadas em cerca de 4 – 14 % dos casos de cancro da mama no homem, enquanto que a herança de mutações no gene BRCA1 são menos frequentes, estando apenas descritas em cerca de 4 % destes doentes. Fatores de risco adicionais estão associados com a desregulação entre os níveis hormonais de estrogénios e androgénios, tais como a Síndrome de Kleinfelter, alterações testiculares que levem à deficiência em testosterona, doenças hepáticas, obesidade e exposição prévia a irradiação torácica.
A baixa taxa de incidência do cancro da mama no homem limitou o desenvolvimento de estudos de investigação clínica, pelo que as recomendações terapêuticas são extrapoladas das estratégias definidas para a mulher, apesar das diferenças já reconhecidas na biologia tumoral entre ambos os géneros.